domingo, 14 de dezembro de 2014

Encerramento das atividades do MIRE em 2014 e projeção para 2014


Em 9 de dezembro foi realizado o último encontro dos integrantes do MIRE em 2014. Foi um encontro de interlocução em torno de pesquisas, com (1) Larissa Preuss, que qualificou em setembro seu estudo sobre "Altar Palanque. O discurso Político do Pastor Silas Malafaia" e caminha para a finalização; (2) Gilmar Caetano Tomaz, que entrega dissertação em fevereiro sobre o tema "O imaginário na interdição, na aceitabilidade e no uso da televisão nas Assembleias de Deuso Brasil"; (3) Luis Erlin Gomes Gordo, que defendeu dissertação em outubro, sobre o tema "Ex-votos midiáticos e a reconstrução da identidade da revista Ave Maria".

As próximas reuniões do MIRE no primeiro semestre de 2015 já estão agendadas para as terceiras terças-feiras de cada mês:

- Março = 17
- Abril = 28 (porque o 21 será um feriado)
- Maio = 19
- Junho = 16

Na primeira reunião do ano, em 17 de março, estudaremos o texto "Midiatização: teorizando a mídia como agente de mudança social e cultural", do professor integrante da Sociedade Internacional Mídia, Religião e Cultura Stig Hjavard. Enfatizaremos a reflexão relacionada à religião. O link para o texto é: www.matrizes.usp.br/index.php/matrizes/article/download/338/pdf.

Que o Natal seja um momento de renovação de toda esperança de paz e justiça e que 2015 seja um ano de muitos bons momentos cheios de reflexões que resultem em ações de excelência!


MIRE promove Painel sobre religião nas eleições 2014

"Mídia, Religião e Política: um balanço das eleições 2014" foi o tema do painel promovido pelo Grupo de Pesquisa Mídia, Religião e Cultura - MIRE na tarde de 11 de novembro no Campus Rudge Ramos, da Universidade Metodista de São Paulo. 

Cerca de 40 pessoas, entre pesquisadores/as docentes e estudantes de graduação e pós-graduação, participaram do painel, realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Metodista. O evento contou com a contribuição da/os pesquisadora/es: Magali do Nascimento Cunha (POSCOM Metodista, coordenadora do MIRE), Emerson Sena da Silveira (coordenador do POSCiências da Religião, UFJF), Daniel Galindo (POSCOM Metodista). Foram enfatizadas avaliações sobre a relação religião e eleições 2014 com destaque para a atuação de grupos evangélicos e católicos-romanos e a perspectiva da publicidade e do do marketing. 

Conheça o conteúdo das apresentações, visualizando os slides utilizados pelos/a pesquisadores/a:

Mídia, religião e eleições 2014, por Magali do Nascimento Cunha





MIRE no Congresso Metodista 2014: conheça alguns dos trabalhos apresentados



O Congresso Metodista, que aconteceu, em 22 e 23 de outubro de 2014, contou com a participação do MIRE por meio de cinco mesas redondas com temáticas próprias do seu campo de estudo e três trabalhos individuais.

Os trabalhos individuais apresentados foram: "Celebridades Femininas do Universo Religioso Midiático: Um referencial para o estudo sócio-comunicacional", por Patricia Garcia Costa; "Comunidades nas Redes Sociais Virtuais: Interação social ou “máquina de narciso”?", por Jorge Miklos; "Midiatização e Religião: Uma Análise dos Discursos de João Paulo II Publicados no Jornal L´Osservatore Romano de Setembro de 2001 Até Março de 2003", por Rubens Lopes Junior.

Conheça  alguns trabalhos apresentados nas mesas, visualizando os slides utilizados nas apresentações.



Mesa Religião, Cultura e Estudos do Imaginário
“A mídia e a (des) construção do  imaginário caiçara: cultura e religiosidade popular”, por Renata Cardias Kawaguchi
"O imaginário na interdição, na aceitabilidade e no uso da televisão dentro da Igreja Assembleia de Deus", por Gilmar Caetano Tomaz.

Mesa Religião e Ciberespaço
"Religião e Ciberespaço: perspectivas de abordagens de um fenômeno complexo", por Jorge Miklos.

Mesa Práticas Religiosas e Mídia
"Advento do marketing religioso como capítulo mais recente da história das políticas de comunicação da Igreja Católica no Brasil: o caso da Canção Nova", por Luis Henrique Marques.
"Religião, Futebol e Mídia", por Fábio Elói de Oliveira

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Painel Mídia , Religião e Política: balanço das eleições 2104. Dicas para participação on-line


O evento é aberto a todas as pessoas interessadas. Para quem estiver fora da Grande São Paulo, poderá participar à distância, pela plataforma Collaborate, com possibilidades de interação. Como proceder:


Acessar o link: https://www.redemetodista.edu.br:443/elluminateims/join_meeting.html?meetingId=1374944755252

Nome: Programa de Pos-Graduação em Comunicação Social - Mídia, Religião e Cultura
Senha: 11112014
Horário: A partir das 13:30

Dicas :
1) Será muito bom se quem vai participar a distância tente entrar no sistema antes. Importante: ter o Java instalado e atualizado com o nível de segurança "médio". Entrar na sala e ver como é o programa. Quem tiver dificuldade para acessar, pode entrar em contato com suporte.collaborate@metodista.br. Eles ajudam e indicam o que fazer. Nesta segunda, 10, funciona até as 23h e na terça, 11, a partir das 8h.

2) além de atualizar o Java, pode ser necessário adicionar a URL da Metodista na lista de exceções. Caso, apresente o erro "Aplicação Bloqueada por Definições de Segurança" É só seguir o tutorial do link abaixo ( parte das medidas alternativas)
Link Por que as aplicações Java são bloqueadas pelas definições de segurança com o Java mais recente?
Acessar: https://www.java.com/pt_BR/download/help/java_blocked.xml
Link para adicionar ao Java: https://www.redemetodista.edu.br/elluminateims/join_meeting.html?meetingId=1374906355151

Imagem da página para adicionar link:



domingo, 26 de outubro de 2014

MIRE promove Painel sobre religião nas eleições 2014: Participe!!

"Mídia, Religião e Política: um balanço das eleições 2014" é o tema do painel promovido pelo Grupo de Pesquisa Mídia, Religião e Cultura - MIRE em 11 de novembro, terça, das 14 às 17h, no Auditório Capa, Ed. Capa, 4º andar, do Campus Rudge Ramos, da Universidade Metodista de São Paulo. Informações: (11) 4366-5818 -- https://www.facebook.com/gpmire

O painel, realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Metodista, será aberto a interessadas/os e contará com a contribuição da/os pesquisadora/es: Magali do Nascimento Cunha (POSCOM Metodista, coordenadora do MIRE), Emerson Sena da Silveira (coordenador do POSCiências da Religião, UFJF), Daniel Galindo (POSCOM Metodista). Serão enfatizadas avaliações sobre a relação religião e eleições 2014 com destaque para a atuação dos grupos evangélicos e católicos-romanos e a perspectiva da publicidade e do marketing. O evento terá certificação.




quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MIRE no Congresso Metodista: Mesas e trabalhos individuais - veja aqui a programação



O Congresso Metodista acontece este ano em 22 e 23 de outubro. O MIRE participará com cinco mesas redondas com temáticas próprias do seu campo de estudo e três trabalhos individuais.

Veja aqui a programação do MIRE. A programação completa pode ser acessada em https://portal.metodista.br/congresso-metodista


Os trabalhos individuais de integrantes do MIRE são:

Celebridades Femininas do Universo Religioso Midiático: Um referencial para o estudo sócio-comunicacional
Autoria: Patricia Garcia Costa
Instituição: Universidade Metodista de São Paulo
22/10/2014, terça, 14h às 17h, Ed. Delta, sala 370

Comunidades nas Redes Sociais Virtuais: Interação social ou “máquina de narciso”?
Autoria: Jorge Miklos
Instituição: Universidade Paulista
22/10/2014, terça, 21h20 às 23h, Ed. Ômicron, sala 221

Midiatização e Religião: Uma Análise dos Discursos de João Paulo II Publicados no Jornal L´Osservatore Romano de Setembro de 2001 Até Março de 2003
Autoria: Rubens Lopes Junior
Instituição: Universidade Metodista de São Paulo
23/10/2014, quarta, 7h30 às 9h10, Ed. Lambda, sala 328

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Integrantes do MIRE participam de Semana de Estudos de Religião na Metodista

"Religião e poder: a respeito dos 50 anos do golpe militar" é o tema da XVIII Semana de Estudos de Religião (SER), nestes 23 a 25 de setembro. A SER é um congresso científico anual, de caráter internacional, do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo. Tendo os 50 anos do golpe militar como ponto de partida, a XVIII SER buscará refletir sobre as complexas e intricadas relações entre religião e poder, com seus desdobramentos: religião e violência e religião e resistência.  Clique aqui para conhecer a programação completa.


Veja as apresentações das/os integrantes do Grupo de Pesquisa MIRE:

GT: Espiritualidades Contemporâneas, Pluralidade Religiosa e Diálogo, terça, 23 de setembro, 16h15-19h
Renata Castro Cardias Kawaguchi (doutoranda em Comunicação Social, Umesp)
A Festa do Bumba- meu- boi no Morro do Querosene: aspectos folkcomunicacionais e religiosidade popular no Bairro do Butantã em São Paulo

GT: Religião e Educação, terça, 23 de setembro, 16h15-19h
Maria Tereza Mazziero de Souza (mestranda em Comunicação Social, Umesp)
O Universo Infantil Inserido na Literatura Católica Sob Nova Roupagem

GT: Gênero e Religião: tendências e debates, terça, 23 de setembro, 16h15-19h
Patricia Santos Machado (mestranda em Comunicação Social, Umesp)
Círculos de Mulheres e a teologia ecofeminista: um movimento de resgate da Espiritualidade Feminina.

GT: Protestantismo, Pentecostalismo e Poder, terça, 23 de setembro, 16h15-19h
Gilmar Caetano Tomáz (mestrando em Comunicação Social, Umesp)
Da negação à aceitação:as Assembleias de Deus e a relação com a televisão.

GT: Memória, política e teologia, quarta, 24 de setembro, 16h15-19h
Magali do Nascimento Cunha (doutora Umesp)
O Projeto Brasil Nunca Mais: a participação do movimento ecumênico na preservação e na comunicação da memória dos anos de chumbo no Brasil

Integrante do MIRE defende dissertação que relaciona religião e Folkcomunicação

Foto: Gilmar Caetano Tomáz
O integrante do MIRE Luiz Erlin Gomes Gordo defendeu no POSCOM da Universidade Metodista de São Paulo, neste 23 de setembro, a dissertação "Ex-votos midiáticos e a reconstrução da identidade da revista Ave Maria. A supressão dos ex-votos no início da década de 1970". O trabalho, orientado pelo Prof. José Marques de Mello, relaciona a teoria da Folkcomunicação, que estuda a comunicação popular, dos marginalizados, e inclui os ex-votos (oferta de objetos, cartas, fotografias e simulares de fieis ao seu santo de devoção, em consagração, renovação ou agradecimento de uma "graça alcançada") como forma de comunicação e veículo jornalístico. A reflexão mostrou como o processo como a revista da ordem dos claretianos no Brasil Ave Maria, editada desde o século XIX, reservava espaço para a comunicação devocional, com ênfase nos ex-votos, e deixa de fazê-lo seguindo nova linha editorial a partir dos anos 1970. A nova orientação editorial seguiu as mudanças proporcionadas na Igreja Católica pelo Concílio Vaticano II, a Conferência Episcopal de Medellin (1968) e a Teologia da Libertação emergente, que enfatizavam uma fé consciente frente à alienação das manifestações de religião popular. O autor mostra a crise que se seguiu, com a postura assumida, na relação com o público da revista.

O trabalho foi aprovado com nota 10. A banca foi formada pelas professoras Cristina Schmidt (Universidade de Mogi das Cruzes) e Magali Cunha (Metodista/MIRE).

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O corpo na relação mídia-religião. Saiba sobre a reunião do MIRE de 9 de setembro

Por  Patricia S. Machado e Renata Cardias. 

"A Nova Comunicação do Corpo Cristão: a transformação da imagem do corpo sagrado na mídia" foi o tema do encontro do grupo de Pesquisa MIRE – Mídia, Religião e Cultura, no dia 9 de Setembro. O conteúdo foi apresentado pela pesquisadora Paula Francisco Salles, que o defendeu em Dissertação de Mestrado aprovada na PUC-SP (clique aqui para ler).

Foto: Marcelo Figueiredo
A pesquisadora compartilhou com o grupo sua trajetória para o desenvolvimento da pesquisa, destacando principalmente algumas questões relevantes do corpo enquanto mídia, especificamente sobre o corpo religioso cristão que vem se transformando com a presença do protestantismo no Brasil, principalmente pelas denominações chamadas neopentecostais, nas últimas décadas. 

Nas igrejas evangélicas, a dança tornou-se uma prática comum, ocasionando a comunicação da nova imagem do corpo cristão também em uma perspectiva midiática dentro e fora da igreja. O seu estudo teve como fundamentação teórica a Teoria Corpomídia, de Helena Katz e Christiane Greiner, por abarcar a complexidade e os cruzamentos cognitivos, sociais, culturais considerando o corpo inacabado e em constante construção. Há uma troca de informações contínuas entre o corpo e o ambiente. Esta reciprocidade vai formando e transformando ontologicamente tanto o corpo como também o ambiente.

Outro aspecto de destaque na apresentação do trabalho foi compreender que a dança, no contexto das igrejas evangélicas, não é padronizada. Dependendo das denominações, a dança pode ser entendida como mediação do discurso (pano de fundo para a palavra) ou apenas utilizada enquanto instrumento de entretenimento. Após apresentar os vídeos dos grupos estudados para o seu estudo, foi interessante com os presentes.
Foto: Marcelo Figueiredo

Já na segunda etapa do encontro, a pauta foi sobre a participação do MIRE nos próximos eventos acadêmicos, destacando as mesas temáticas que serão apresentadas no Congresso Metodista que ocorrerá nos dias 22 e 23 de Outubro (mais informações em breve), assim como foram expostas as perspectivas de outros eventos para 2015 e o calendário dos próximos encontros do grupo de pesquisa (11 de novembro e 9 de dezembro). 


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Revista da UFPR publica artigos de integrantes do MIRE

O último número da Revista Relegens Thréskeia, coordenada pelo Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião – NUPPER, com apoio dos Programas de Pós-Graduação em História e em Geografia da Universidade Federal do Paraná, traz uma seção temática sobre "Mídia e Religião" sob a coordenação da Profa. Dra. Karina Belotti (Programa de Pós-Graduação em História da UFPR), integrante do MIRE. Três integrantes do MIRE participam com artigos nessa edição: a própria Profa. Karina Belotti, com "Surfando nas ondas do Senhor: juventude evangélica e mídia no Brasil (anos 2000-2010); a Profa. Magali do Nascimento Cunha, com "A interseção mídia religiosa e mercado e a ressignificação de signos bíblicos pelos evangélicos"; a Profa. Patrícia Garcia Costa, com  "Representação do feminino na mídia pentecostal: uma análise do discurso do quadro Abrindo o coração".

O NUPPER tem como meta garantir que a RELEGENS THRÉSKEIA tenha um caráter pluridisciplinar e se constitua num espaço para a divulgação do conhecimento produzido nas áreas da religião, das religiosidades, das instituições religiosas, tanto nacionais quanto internacionais, mantendo como principio fundamental a pluralidade do pensamento, das idéias e dos objetos de pesquisa. Os textos da última edição pode ser acessado em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/relegens/issue/current

Revista Relegens Thréskeia
v. 3, n. 1 (2014)
Sumário

Editorial
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Editorial da Seção Temática (i-iv)
Karina Kosicki Bellotti

Seção Temática
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A INTERSEÇÃO MÍDIA RELIGIOSA E MERCADO E A RESSIGNIFICAÇÃO DE SIGNOS BÍBLICOS PELOS EVANGÉLICOS (01-23)
Magali do Nascimento Cunha
O “JEJUM DE DANIEL”: A DESINTOXICAÇÃO AUDIOVISUAL DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS SOB UM OLHAR FOUCAULTIANO (24-54)
Marina Fazani Manduchi
A REPRESENTAÇÃO DO FEMININO NA MÍDIA PENTECOSTAL: UMA ANÁLISE DE DISCURSO DO QUADRO ABRINDO O CORAÇÃO (55-79)
Patrícia Garcia Costa
REDEFINIÇÕES RELIGIOSAS DAS IGREJAS DOS ROQUEIROS E DOS SURFISTAS EM CURITIBA/PR (1990/2010) (80-99)
Maralice Maschio
SURFANDO NAS ONDAS DO SENHOR: JUVENTUDE EVANGÉLICA E MÍDIA NO BRASIL  (ANOS 2000-2010) (100-126)
Karina Kosicki Bellotti


Artigos
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O MAL, O DIABO E OS AGENTES ESVAZIADORES DO BEM NA DOUTRINA CATÓLICA (127-143)
Marco Antonio Marcon
TAI CHI CHUAN: O COMBATE AO DUALISMO PELA EXPERIÊNCIA MÍSTICA DO SAGRADO (144-161)
Michelle Suzana de Almeida Gabani
A ESPACIALIDADE RELIGIOSA DA IGREJA MADALENA SOFIA BARAT E SANTO EXPEDITO SOB A ÓTICA DA METODOLOGIA GOFFMANIANA (162-175)
Ana Helena Corrêa de Freitas Gil
ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA: DIVERGÊNCIAS NA RECEPÇÃO OCIDENTAL DE MIKHAIL BAKHTIN (176-190)
Daniel Jaccoud Ribeiro de Souza

Oficina trata comunicação e liturgia. Participante do MIRE é um dos tutores

"Liturgia em palavras e ações: um diálogo entre sentido e presença" é o tema da oficina de liturgia promovida pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e pela Paulinas Livraria. Entre os tutores está o Prof. Dr. Marcelo Furlin, participante do MIRE, professor da Faculdade de Humanidades da Metodista. A oficina acontecerá no espaço da Livraria Paulinas (Vila Mariana) no sábado, 13 de setembro.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

PRÓXIMA REUNIÃO DO MIRE: 9 DE SETEMBRO


Próxima reunião do MIRE se aproxima: 9 de setembro, terça, das 14 às 17h, na Metodista, Ed. Capa, sala 316. Teremos como convidada a Profa. Paula Francisco Salles, que apresentará sua pesquisa de Mestrado na PUC-SP "A Nova Comunicação do Corpo Cristão: a transformação da imagem do corpo sagrado na mídia". A dissertação da Paula já está postada no blog do MIRE. Para acessar, clique aqui.

Haverá transmissão ao vivo com possibilidade de interação pelo Collaborate. Interessados em participar por meio dessa modalidade, façam contato com a coordenação do MIRE: magali.cunha@metodista.br

Na segunda etapa da reunião, vamos dialogar sobre nossa participação no Congresso Metodista com mesas e trabalhos individuais e em possíveis outras atividades científicas.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mídia, Religião e Cultura: temas e rumos da área de pesquisa incluem perspectiva latino-americana em conferência internacional

Por Alexandra Gonzalez e Priscila Vieira

A conferência da Sociedade Internacional para Mídia, Religião e Cultura proporcionou o encontro de pesquisadores de dezenas de países de todos os continentes, durante os dias 4 a 7 de agosto, em Canterbury, Inglaterra (foto). Foram apresentados 145 trabalhos de pesquisadores das áreas do jornalismo, publicidade, teologia, letras, web design, além de painéis e palestras. O evento foi pautado pela preocupação em analisar o campo em formação e definir temas relevantes para a atualidade e rumos para as pesquisas a serem desenvolvidas no âmbito da religião, cultura e mídia. Nesse sentido, um dos pontos altos do encontro foi o painel “Reflexões críticas no campo de Mídia, Religião e Cultura”, que propôs questões a cinco pesquisadores de nacionalidades diferentes e campos de origem diversos.

No relato apresentado a seguir, destacamos a fala da Profa. Dra. Magali do Nascimento Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e sua apresentação do campo na América Latina e especificamente no Brasil. A escolha deve-se ao fato de que o trabalho apresentado mapeia pontos importantes do campo na realidade nacional e sul-americana, em uma sistematização relevante tanto para o diálogo aberto, no evento, com pesquisadores de outras partes do mundo quanto para a reflexão necessária dos desafios presentes em nosso cotidiano.






Estado do campo

A primeira questão colocada no painel era sobre “o estado atual do campo” e, a partir da realidade latino-americana, a resposta de Magali enfatizou a herança positivista presente especialmente na academia brasileira e outros países do continente, que minimiza a pesquisa em religião, especialmente se fora da sociologia e da antropologia. Apesar das dificuldades, o número de trabalhos em mídia e religião emergiram nas últimas décadas. As reflexões são especialmente sobre produção religiosa de mídia eletrônica, sendo que nos últimos anos apareceram abordagens de estudos de recepção e representações da religião em produções não religiosas. E, ainda mais recentemente, é possível encontrar estudos sobre a presença da religião na internet.

Ainda em busca de mapear o campo, Magali apontou duas lacunas que também são desafios para os estudos na área. A primeira é a falta de trabalhos que enfoquem religiosidades fora da matriz cristã, especialmente o espiritismo e as vertentes afro-brasileiras. Segundo ela, são “dois grupos intensamente presentes em diversos processos comunicacionais, mediáticos ou não, e que têm sido esquecidos pelos estudos de mídia, religião e cultura”. A segunda lacuna está relacionada ao que a professora chamou de “midiacentrismo na maioria dos estudos disponíveis”. Assim, falta no campo o reconhecimento das mediações culturais de processos comunicacionais, o que pode abrir novas e variadas possibilidades de estudos, como os discursos para além da mídia eletrônica, que perpassam música, atitudes, arquitetura, mídia alternativa e popular, representações simbólicas – sejam visuais ou rituais. Ainda outra questão desafiadora abordada é a internacionalização da pesquisa latino-americana. Em âmbito internacional a língua principal é o inglês, o que dificulta os intercâmbios com as produções em português e espanhol. “Há necessidade de melhorar a troca entre sul e norte. Por exemplo, o primeiro artigo de Stewart Hoover em português foi publicado este ano pela revista Comunicação & Sociedade, da Universidade Metodista de São Paulo (“Mídia e religião: premissas e implicações para os campos acadêmico e midiático” acesse aqui). Precisamos encontrar caminhos de superar esse desafio e não nos acomodarmos à língua”, afirmou Magali (no centro da foto do painel).


Questões relevantes

A segunda questão enfrentada no painel solicitava a identificação das “questões preeminentes para lidar no momento”. Nesse quesito, dois principais aspectos foram destacados, ambos relacionados às relações entre religião e esfera pública. O primeiro é o crescimento do pentecostalismo e decrescimento do catolicismo no Brasil, que gera mudanças visíveis nas disputas de poder, nas representações midiáticas, especialmente de pentecostais na política. A candidatura a presidente de um pastor da Assembleia de Deus exemplifica a complexidade do fenômeno, que precisa ser enfrentado em sua complexidade, como uma dinâmica sócio-cultural própria. O segundo aspecto é a emergência de discursos evangélicos conservadores, que chegam à esfera pública em questões como os direitos de mulheres e homossexuais, em conclamações para o trabalho de “salvar a família” e outras justificativas feitas à base de frases de efeito.

Sugestões práticas e provocações 

Por fim, a terceira questão solicitava aos painelistas que apresentassem ideias e provocações sobre formas de lidar com as questões levantadas. A pesquisadora Magali, responsável por levar a perspectiva de sua região, colocou dessa ver três possibilidades de ação. Uma delas seria política, que passa pela articulação das pessoas envolvidas no campo, para fortalecer os espaços de trabalho e conseguir financiamento para pesquisas. O MIRE – grupo de pesquisa em Mídia e Religião, recém criado e registrado no CNPq -, é fruto desse tipo de demanda. A segunda, na área da reflexão e estudo, é a necessidade de romper com a compreensão de que a religião tem um impacto sobre a cultura ou a cultura sobre a mídia e a religião. Ao invés de pensar em termos de impacto, compreender erupções, explosões, fenômenos que emergem na dinâmica social e se alimentam da interação entre mídia, religião e cultura. Finalmente, Magali destacou a necessidade, especialmente no Brasil, de que os pesquisadores superem as abordagens moralista ou dualista dos fenômenos que envolvem mídia e religião, pensando em termos de manipulação dos símbolos sagrados e da boa vontade das pessoas. Esse tipo de postura, em pesquisadores “colocam-se na posição de guardiões da boa religião ou da boa mídia”, impede a compreensão de dinâmicas sociais complexas.

De forma geral, os pesquisadores concordaram sobre a marginalidade do campo, inerentemente de intersecção e interdisciplinar, em relação às outras áreas de conhecimento. Houve consenso também sobre a necessidade de promover novas compreensões da religião, adequadas às expressões contemporâneas do fenômeno. As noções de mediação e mediatização, como destacado por Morgan, também foram ponto de convergência, enquanto temas teóricos fundamentais para o campo que necessitam de maior e mais profunda atenção. A relevância desses temas abre um importante espaço para pesquisadores da América Latina, que trabalham com esse escopo teórico há anos, especialmente pela influência do trabalho de Jesús Martin-Barbeiro.

Outras perspectivas

O norte-americano David Morgan enfatizou a necessidade de revisar o que a área já construiu, em busca de perceber o que foi perdido e direcionar, assim, novos engajamentos. Ele ainda assinalou a necessidade de pensar uma nova teorização da religião, a partir das mudanças em vigor na atualidade. O pesquisador apontou para as noções de mediatização e mediação como possibilidades teóricas de compreensão, que podem trazer avanços para o campo e, em termos práticos, apontou para a necessidade de “incluir outros na conversação, talvez através de fundos para traduzir trabalhos de outras partes do mundo, compartilhar fontes e bibliografia”. Afinal, durante essa conferência, a maioria dos participantes era oriunda da Europa ou dos Estados Unidos, com uma forte influência das questões levantadas em países anglo-saxões. Embora houvesse participantes da África, Ásia e Oceania, a presença de latinos restringiu-se a três palestrantes, que mostraram uma realidade bastante diversa daquela enfatizada na maior parte dos painéis.

Destaca-se ainda a participação da finlandesa Johanna Sumiala, que levou ao plenário a perspectiva dos estudos de mídia e destacou que os temas referentes à religião ainda são marginais. “Há um abismo entre estudos de religião e estudos de mídia, sendo que pesquisadores do campo da religião estão mais interessados na mídia do que o contrário”, afirmou. Para ela, um dos temas desafiadores são as relações global-local, as perspectivas transnacionais e como esses aspectos afetam as interações entre mídia e religião. 

Pesquisadores desafiados à “sensibilidade historicista” 



“Eu quero nos desafiar a um grande senso de historicismo em nosso trabalho”, afirmou em sua palestra o então presidente da Sociedade Internacional para Mídia, Religião e Cultura, Stewart Hoover (foto). Considerado um dos fundadores do campo de intersecção entre mídia e religião, Hoover apontou como as pesquisas na área moveram-se de uma visão instrumentalista de mídia e religião, focada nos efeitos de um sobre o outro para “mais sofisticadas compreensões”, como a prática e a materialidade e o que é produzido através de mediações do religioso. Assim, uma possível definição para o objeto de estudo do campo seria a mediação cultura da religião e a proposta de abordagem, histórica.

Para Hoover, o historicismo pode trazer ao menos três benefícios para o campo. O primeiro é ajudar a corrigir o ‘presentismo’ existente na área. Essa percepção é válida para os trabalhos desenvolvidos no Brasil. Uma breve pesquisa em bancos de teses e dissertações revela a ausência de abordagens e temáticas históricas nas pesquisas de mídia e religião, o que também pode ser averiguado em textos de revisão de campo, também na área de mídia e história[1].

O segundo benefício seria o enriquecimento das narrativas dos trabalhos, no sentido de que a abordagem historicista contribui com a desconstrução e crítica das narrativas recebidas de antemão e que aspiram definir a extensão e os limites do campo. Sobre este ponto, ele enfatizou o quanto “nós estamos sujeitos a uma grande, difusa e ampla narrativa da religião que é um legado do Iluminismo no Ocidente Norte Atlântico”. O problema dessas narrativas, que tocam temas como modernidade, tradição e outros, é a presença subterrânea da ideia que existe algo puramente “religioso” que é ‘ameaçado’ pela modernidade – o que pode ser bom ou ruim, dependendo da perspectiva adotada.

A aproximação historicista dos objetos de mídia e religião teria, então, a intenção de desconstruir essas narrativas e revelar compreensões de foçar históricas, culturais e sociais mais profundas. Nesse sentido, um caminho proposto é o de pensar resistências e interações entre os modelos considerados influentes – como a mídia norte-americana – e as regiões normalmente identificadas como ‘influenciadas’. No entanto, a ênfase seria as transformações e apropriações ocorridas no trânsito. Nesse ponto, ele citou o trabalho de Leonildo Campos, professor da Universidade Metodista de São Paulo, sobre o quadro “Os dois Caminhos” e sua ampla difusão entre protestantes no Brasil, especialmente na primeira metade do século XX [2]. “Nossas lentes historicistas poderiam perguntar como esta imagem, nem tão conhecida ou particularmente proeminente em seus países de origem, chegou a alcançar tal destaque em sua recepção em outro país”, questionou Hoover.

Finalmente, o terceiro benefício seria o alargamento da gama de fenômenos que podem ser contemplados quando procura-se compreender e construir conhecimento sobre a mediação do religioso. Nesse ponto, o pesquisador destacou a necessidade de pensar e estabelecer a religião como um “fenômeno cultural e social único” através da materialidade e da historicidade em detrimento das abordagens confessionais ou teológicas. A questão seria ainda romper com a noção purista de ‘religião’, que pouco contribui com a compreensão especialmente das questões contemporâneas.

A apresentação de Stewart Hoover está disponível integralmente, em inglês, no site do Center for Media, Religion and Culture: http://cmrc.colorado.edu/

Priscila Vieira é Doutora em Comunicação e Cultura pela ECO (UFRJ) e Alexandra Gonsalez é Doutoranda em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Ambas integram o MIRE - Grupo de Pesquisa Mídia, Religião e Cultura. Fotos: Adam  T. Shreve.

MIRE na IX Eclesiocom, Londrina, 21 de agosto

A IX Eclesiocom aconteceu neste 21 de agosto e foi um sucesso. As conferências geraram ótima reflexão. Os GTs com 33 trabalhos revelaram ótima qualidade. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) ofereceu belo acolhimento, ótima estrutura e excelente organização. O MIRE esteve presente com a conferência da Profa. Magali Cunha (Foto/Maria Tereza Mazziero) e seis comunicações em GTs. 
Clique aqui para acessar os Anais da IX Eclesiocom
Assista aqui à matéria sobre o evento produzida pela TV UEL.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quem transforma quem? Pesquisadores do MIRE discutem sobre a dupla dinâmica de afetação entre os campos midiático e religioso

Por Jenifer Rosa

A despeito das opiniões fatalistas que previam a morte da religião, os pesquisadores integrantes do MIRE se reuniram mais uma vez hoje, dia 12, para discutir a atuação do campo religioso no mundo contemporâneo. O encontro foi orientado pelas reflexões teóricas de Stewart Hoover em seu texto “Mídia e religião: premissas e implicações para os campos acadêmico e midiático” (acesse aqui) publicado na mais recente edição da revista Comunicação & Sociedade, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo (Pós-Com/UMESP). Os participantes foram instigados a debater sobre o movimento de dupla transformação que ocorre quando mídia e religião se aproximam.

No primeiro momento do encontro, a jornalista e doutoranda do Pós-Com/UMESP Alexandra Gonzalez apresentou um panorama das principais ideias trabalhadas pelo autor no texto citado. A pesquisadora ilustrou a discussão trazida pelo autor com alguns casos que mostram como o campo religioso se utiliza da mídia em suas dinâmicas de interação com os fiéis, como o uso das redes sociais por lideranças religiosas, por exemplo.

Na sequência, o doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Midiática da Universidade Paulista Jorge Miklos, também tendo por base a discussão proposta por Hoover, chamou a atenção dos presentes para a presença do discurso religioso em situações que não pertencem a este campo, mostrando como a religião também influencia as experimentações das outras esferas. Para ilustrar sua fala, o pesquisador comentou sobre o processo de ‘sacralização’ que ocorre com algumas marcas, a exemplo da Apple, que em sua narrativa incorpora elementos do mundo mítico como o mártir, a catarse coletiva, etc, promovendo um reencantamento do mundo por meio da tecnologia.

Após as apresentações, os presentes puderam debater um pouco mais sobre a temática proposta e lançar novas reflexões. Como lembrou a coordenadora do MIRE e professora do Pós-Com/UMESP Magali Cunha, se por um lado a mídia transforma a religião ao oferecer novos formatos aos rituais, por exemplo, por outro lado, a religião transforma a mídia ao pautar seus conteúdos, como aconteceu na Rede Globo, que teve sua grade de programação alterada por ocasião da visita do Papa ao Brasil, deixando de exibir a novela, um de seus principais produtos.

Pelo debate, o que se conclui é que o processo de secularização do mundo moderno não significa "a morte da religião", pois o que está em crise é a religião instituída e seus líderes, mas a busca dos sujeitos pelo sagrado continua. A mídia se coloca como uma forma de combinar os elementos da tradição com os elementos da modernidade para produzir novos significados religiosos e, portanto, deve-se levar em conta as apropriações e ressignificações que os fiéis fazem a partir dos produtos que a mídia divulga.

Articulações para disseminação

Na parte final do encontro, os participantes discutiram formas de socializar os conteúdos das pesquisas e reflexões na interface mídia-religião-cultura.

O prof. Jorge Miklos compartilhou a organização do GT sobre comunicação e religião, liderado por ele e a profa. Malena Contrera  (UNIP), no VII Congresso Internacional em Ciências da Religião ocorrido na PUC de Goiás em abril. Ele apresentou aos participantes o livro do evento “A religião entre o espetáculo e a intimidade”, organizado por Alberto da Silva Moreira, Carolina Teles Lemos e Eduardo Gusmão de Quadros, que reúne diversos artigos sobre a temática Mídia e Religião.

O MIRE estará presente com trabalhos nos GTs e na conferência central da IX Eclesiocom (Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial) que acontece em Universidade Estadual de Londrina, neste 21 de agosto (saiba mais aqui). E também com apresentações de comunicações no Congresso da Intercom, Unicentro, Foz do Iguaçu, 2 a 5 de setembro (mais aqui), quando se espera articular a criação de um GT sobre mídia e religião, processo liderado pelos pesquisadores José Guibson Dantas (Universidade Federal de Alagoas) e Karla Patriota, da Universidade Federal de Pernambuco.

O grupo também articulou participação no Congresso Metodista que acontece em 22 e 23 de outubro (saiba mais aqui) por meio de mesas multidisciplinares e trabalhos individuais.

MIRE ONLINE: Este encontro contou com uma novidade: a reunião foi transmitida via internet para aqueles que não puderam estar presentes, com possibilidades de interação. Se você, pesquisador de qualquer área, se interessa pela temática Mídia e Religião e deseja participar virtualmente de nossos encontros, entre em contato:
E-mail: mirepesquisa@gmail.com.
No Facebook: https://www.facebook.com/gpmire

Será um prazer tê-la/o conosco!

Fotos: Patrícia Garcia Costa

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“O ‘virtual’ é real”. Cultura digital e evangelização

Entrevista especial com Moisés Sbardelotto, pelo IHU

“As redes sociais digitais, como ambientes de construção da vida social, podem ser também ambientes de testemunho cristão a partir da nossa própria presença, que deve expressar ‘o que somos e aquilo em que acreditamos’”, afirma o pesquisador.


A cultura do encontro e o testemunho. Essas são as bases que devem nortear a comunicação na Igreja, que tem não somente a intenção de comunicar, mas a prioridade de evangelizar. Num contexto desafiante de transcender o “marketing religioso”, ainda mais excessivo na era digital, é preciso “passar de uma comunicação meramente informativa para uma comunicação performativa, que não apenas transmita dados e informações, mas que promova o Encontro maiúsculo, a experiência de uma Mensagem maiúscula, que vai muito além do mero conteúdo transmitido”, assinala Moisés Sbardelotto, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, à IHU On-Line.

Membro da Comissão Especial para o Diretório de Comunicação para a Igreja no Brasil, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Moisés Sbardelotto participou do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação e do 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores, realizados em Aparecida, São Paulo, no mês passado.

Segundo ele, os eventos tiveram o “desafio de entender a autêntica evangelização, em primeiro lugar, como testemunho”. Nessa perspectiva, enfatiza, “a ‘cultura do encontro’ é uma ideia-chave do papado de Francisco”, e antes de ser definida conceitualmente, ela “pode ser vista em construção nos próprios gestos do papa, no seu reconhecimento do outro, na sua abertura ao diferente. Foi assim no seu primeiro gesto, a inclinação diante de um grande ‘outro’, o povo de Deus reunido na Praça de São Pedro. Mas também nos seus inúmeros encontros, como com os jovens presos no Lava-Pés, com os imigrantes de Lampedusa, com os doentes, na expressão máxima do abraço em Vinicio Riva, o homem que sofre de neurofibromatose, com os líderes religiosos de outras confissões, como no recente encontro com o pastor Giovanni Traettino, o primeiro encontro de um pontífice com um expoente do pentecostalismo”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Sbardelotto chama a atenção para a confusão entre o que significa evangelizar e fazer proselitismo com a mensagem cristã. Sobre essa questão, a crítica do pesquisador é pontual: “Acaba-se confundindo a ação evangelizadora com práticas de um ‘mercado de bens religiosos’, marcado pela ‘concorrência religiosa’, pelas ‘ações de marketing religioso’, pela ‘fidelização’ de novos ‘adeptos’, pela busca de ‘visibilidade positiva’ e de ‘aumento de popularidade’ da Igreja e das suas lideranças. Como álibi, até se costuma dizer que o próprio Jesus foi ‘o maior marqueteiro da história’, e a cruz — de ‘escândalo para os judeus e loucura para os pagãos’ (1Cor 1, 23) — se converte no ‘maior logotipo que conhecemos na história’... Como diz o Papa Francisco, mesmo com ‘aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja’, busca-se, no fundo, ‘a glória humana e o bem-estar pessoal’ (Evangelii gaudium, n. 93)”.

Autor de E o Verbo se fez bit: A comunicação e a experiência religiosas na internet (Editora Santuário, 2012), Moisés Sbardelotto pesquisa a interface mídia e religião no ambiente digital, a qual tem em sua centralidade o conceito de ciberteologia. Para ele, o conceito tem, como “maior desafio”, “explicitar com clareza reflexiva qual a diferença que o prefixo ‘ciber’ traz à teologia”, porque “do ponto de vista teológico, um primeiro risco é o de pensar Deus e a experiência cristã no tempo da rede a partir do ‘impacto’ e da ‘influência’ dos aparatos tecnológicos e das tecnologias digitais, entendidos como dominação do digital sobre o religioso e o teológico. (...) O desafio da teologia é pensar Deus em meio às mediações humanas, como a cultura digital, em suas luzes e sombras. Como pensar tal interface sem cair em uma mera ‘ciberidolatria’ patrocinada pela Apple, Google e afins?” Para ele, a relação entre teologia e comunicação, ou a comunicação realizada na Igreja, devem ser permeadas por um “problema de fundo”: “Como ‘pensar e viver Deus’ na cultura digital na sua densidade fenomênica, para além do mero âmbito maquinal de telas, teclas, bits e chips”.

Moisés Sbardelotto é jornalista graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.

Sbardelotto publicou nos Cadernos Teologia Pública, nº. 70, Deus digital, religiosidade online, fiel conectado: Estudos sobre religião e internet, e nos Cadernos IHU, nº. 35, "E o Verbo se fez bit". Uma análise da experiência religiosa na internet.

Confira a entrevista aqui.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

MIRE estará presente na Conferência da Sociedade Internacional Midia, Religião e Cultura

De 4 a 6 de agosto de 2014 será realizada a Conferência da Sociedade Internacional Mídia, Religião e Cultural, que acontece a cada dois anos desde 1994. Esta edição é promovida pela Universidade de Cantebury, na Inglaterra.

O MIRE estará representado pela coordenadora Profa. Magali do Nascimento Cunha, que integra a diretoria da sociedade e apresentará uma comunicação, participará de um dos painéis e ainda contribuirá com a pós-conferência, em 7 de agosto, que terá o tema "Mediação e Midiatização da Religião". Também será participante a doutoranda do Poscom/Metodista, integrante do MIRE Alexandra Gonsalez.

Os detalhes da Conferência podem ser conhecidos em http://www.kent.ac.uk/secl/thrs/events/event2014-08-06.html

Conferência aconteceu na Metodista em 2008

A Conferência Mídia, Religião e Cultura foi promovida, em agosto de 2008, na Universidade Metodista de São Paulo, dirigida pela Profa. Magali do Nascimento Cunha, com o apoio de vários segmentos da Metodista:  Faculdade de Comunicação, da Faculdade de Teologia, dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação Social e Ciências da Religião, da Cátedra Unesco de Comunicação. A palestra de abertura foi proferida pelo ganhador do Prêmio Nobel da Paz o argentino Adolfo Perez Esquivel. Uma parte da memória desse evento que reuniu 210 pesquisadores de todos os continentes pode ser encontrada em http://portal.meto
dista.br/ev/conferencia/6a-conferencia-midia-religiao-e-cultura/

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Mais recente número da Revista Horizonte (PUC-MG) traz dossiê "Religião, Mercado e Mídia"

Capa da revistaReligião, Mercado e Mídia é o título do dossiê do número 34 da revista Horizonte do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC-MG. São sete artigos:
Mercado religioso e mercado como religião, de Jung Mo Sung; A sacralidade invisível do mercado, de
Pedro Assis Ribeiro de Oliveira; Os “Dois Caminhos”: Observações sobre uma gravura protestante, de
Leonildo Silveira Campos; Entre a cruz e a espada: religião no mundo da tecnociência, do mercado e da mídia, de Sinivaldo Silva Tavares; Evangelização, mídia e marketing: provocações ao debate, de Afonso Tadeu Murad; A Assembleia de Deus nos anos 1990: a "Década da Colheita", de Jérri Roberto Marin; Arena simbólica: a relação entre religião e violência a partir do caso da igreja Assembleia de Deus dos Últimos dias, de Ricardo Bitun. O editorial é da coordenadora do MIRE, Magali do Nascimento Cunha.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Para ampliar as pesquisas: Orixás transformam-se em super-heróis no primeiro filme africano do gênero


Cena do filme que retrata orixás como super-heróis
Foto: Divulgação

A humanidade caminha para a autodestruição e somente um super-herói com poderes divinos pode salvá-la. O enredo que poderia ser visto em qualquer filme do Thor, Hércules ou até Cavaleiros do Zodíaco, terá uma versão africana com os orixás como protagonistas.

"Oya - Rise Of the Superorisha" (Oya - A ascensão do superorixá, em tradução livre) será o primeiro filme de super-herói africano e contará a história de Oya, a única deusa orixá que ainda possui vínculos com os humanos mesmo quando a maioria da humanidade já abandonou o culto aos orixás.

Baseado na crença Santeria (que possui muitos aspectos da religião católica e do candomblé), o filme nigeriano foi escrito e está sendo dirigido por Nosa Igbinedion. No filme, a missão de Oya é encontrar uma garota capaz de abrir o portão entre os humanos e os orixás para que o mundo não caia em desgraça mas uma série de inimigos, que usam a religião de forma deturpada, tentam interromper os planos de Oya.

“'Oya - Rise Of the Superorisha' é mais do que um filme é um movimento! Nosso objetivo é empurrar os limites dos filmes africanos e contar novas histórias. Que melhor maneira de fazer isso do que fazendo um filme de super-herói africano!”, afirma o anúncio no site oficial.

O filme só teve suas produções iniciadas devido uma “vaquinha virtual” feita a partir de divulgação na página do Facebook e do Twitter e ainda não possui data oficial para exibição. Assista aqui o trailer do filme.


Fonte: O Globo 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Próxima reunião do MIRE: encontro de estudo


A próxima reunião do MIRE acontecerá em 12 de agosto, terça, das 14 às 17h no Campus Rudge Ramos da  Universidade Metodista de São Paulo. Será o primeiro encontro de estudo, que terá por base o texto de Stewart Hoover (foto) publicado no mais recente número da revista Comunicação & Sociedade: "Mídia e religião: premissas e implicações para os campos acadêmico e midiático". No texto, o estudioso que é referência internacional para a temática, afirma que as previsões de que a religião desapareceria da vida moderna podem ser dadas como mortas, pois a religião, na era global, ganhou novo perfil e destaque. Hoover reconhece que eventos que mudaram o mundo em anos recentes têm pelo menos algumas de suas origens na religião, e por meio de uma ampla variedade de contextos, questões e processos históricos a religião persiste e até mesmo domina. Para ele, as maiores questões e tendências religiosas tão importantes hoje não podem ser plenamente abordadas e compreendidas sem atenção às mídias.  Na verdade, tais tendências estão enraizadas nas mídias de importantes formas. As mídias são uma fonte de informação sobre as religiões, sobre as tendências religiosas e sobre as ideias religiosas. A religião está cada vez mais presente no noticiário, no entretenimento e na cultura popular. O texto de Stewart Hoover traz uma reflexão sobre esta realidade e enfatiza premissas e implicações dela tanto para o campo acadêmico quanto para o midiático com vistas a futuras pesquisas e práticas. O texto está disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/view/4906/4205.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

MIRE tem primeiro encontro para socialização de pesquisas: bancas de qualificação de Mestrado simuladas

Uma das atividades do MIRE são as reuniões para compartilhamento de pesquisas e entre elas as "bancas simuladas" para pesquisadores/as em processo de qualificação de seus projetos de Mestrado e Doutorado. Em 27 de maio foram realizadas duas bancas simuladas com os colegas Gilmar Caetano Tomaz e Maria Tereza Mazzieiro, ambos integrantes do MIRE. Foi um processo significativo em que às/os presentes à banca simulada atuam como interlocutores para oferecer contribuições aos colegas.

As pesquisas apresentadas foram:
  • Gilmar Caetano Tomaz: "As Assembleias de Deus brasileiras e a televisão: uma abordagem acerca da proibição, aceitabilidade e uso da televisão dentro das Assembleias de Deus (1968-1996)". 
  • Maria Tereza Mazzieiro (não tem um projeto relacionado diretamente a comunicação e religião mas a comunicação e cultura, ainda assim participou com a sua "banca simulada" via MIRE do qual ela é integrante): "Construções imaginárias femininas a partir do discurso de um fenômeno musical de massa: o caso do cantor Michel Teló".


Aqui, duas fotos do momento incluindo os fotógrafos.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Grupo de Pesquisa MIRE realiza Encontro Inaugural

Com a presença de 28 pesquisadores/as e pessoas interessadas na interface mídia-religião-cultura foi realizado neste 29 de abril o Encontro Inaugural do Grupo de Pesquisa MIRE - Mídia, Religião e Cultura. O grupo é integrado à Linha de Pesquisa Comunicação midiática nas interações sociais, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo e é coordenado pela Profa. Dra. Magali do Nascimento Cunha. O GP desenvolverá estudos e pesquisas com base na intersecção entre estudos de mídia, estudos culturais, estudos de religião e estudos do imaginário. Busca, com a perspectiva da interdisciplinaridade, compreender a presença da religião e do "religioso"

nos processos comunicacionais midiáticos na inter-relação com as práticas culturais contemporâneas no Brasil. Entre os/as participantes do encontro inaugural estavam doutores/as, mestres, doutorandos/as, mestrandos/as e graduandos ligados/as ao campo da Comunicação mas também a outras áreas afins como Ciências da Religião, História, Teologia, Letras, Ciências Sociais. Os/as participantes também estão vinculados/as a diferentes instituições acadêmicas. Essas características reforçam a proposta do grupo que é a de construir uma identidade como interdisciplinar e plural.

Foto: Eliana Motta

Um dos desafios para o grupo ressaltados na reflexão coletiva do encontro inaugural foi o de dar visibilidade a esta área de estudos que relaciona mídia, religião e cultura, buscando consolidá-la e valorizá-la nos espaços acadêmicos. Segundo a reflexão, o positivismo que ainda predomina nas bases de vários segmentos as universidades desprezam o tema "religião" como um fenômeno sociocultural em evidência, que demanda estudos não apenas de antropólogos, sociólogos e cientistas da religião mas dos diferentes pesquisadores das ciências humanas e sociais. Refletiu-se ainda que é preciso reconhecer desta leitura estreita presente na academia deve-se a leituras reduzidas sobre secularização que limitam o olhar de muitos acadêmicos para a temática. Veja aqui os slides com os conteúdos que serviram para estimular a reflexão coletiva do encontro inaugural.

Foto: Patrícia Garcia
Fez parte do encontro inaugural do MIRE uma partilha de pesquisas de andamento conduzidas por participantes. A diversidade das temáticas e as demandas por novos olhares e teorias foram destaque nesta partilha.

O MIRE volta às atividades com reuniões mensais a partir de agosto de 2014 e é aberto a participação de pessoas interessadas na temática. Contatos: gp.mire.midiareligiaocultura@gmail.com.