No primeiro momento do encontro, a jornalista e doutoranda do Pós-Com/UMESP Alexandra Gonzalez apresentou um panorama das principais ideias trabalhadas pelo autor no texto citado. A pesquisadora ilustrou a discussão trazida pelo autor com alguns casos que mostram como o campo religioso se utiliza da mídia em suas dinâmicas de interação com os fiéis, como o uso das redes sociais por lideranças religiosas, por exemplo.
Na sequência, o doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Midiática da Universidade Paulista Jorge Miklos, também tendo por base a discussão proposta por Hoover, chamou a atenção dos presentes para a presença do discurso religioso em situações que não pertencem a este campo, mostrando como a religião também influencia as experimentações das outras esferas. Para ilustrar sua fala, o pesquisador comentou sobre o processo de ‘sacralização’ que ocorre com algumas marcas, a exemplo da Apple, que em sua narrativa incorpora elementos do mundo mítico como o mártir, a catarse coletiva, etc, promovendo um reencantamento do mundo por meio da tecnologia.
Após as apresentações, os presentes puderam debater um pouco mais sobre a temática proposta e lançar novas reflexões. Como lembrou a coordenadora do MIRE e professora do Pós-Com/UMESP Magali Cunha, se por um lado a mídia transforma a religião ao oferecer novos formatos aos rituais, por exemplo, por outro lado, a religião transforma a mídia ao pautar seus conteúdos, como aconteceu na Rede Globo, que teve sua grade de programação alterada por ocasião da visita do Papa ao Brasil, deixando de exibir a novela, um de seus principais produtos.
Pelo debate, o que se conclui é que o processo de secularização do mundo moderno não significa "a morte da religião", pois o que está em crise é a religião instituída e seus líderes, mas a busca dos sujeitos pelo sagrado continua. A mídia se coloca como uma forma de combinar os elementos da tradição com os elementos da modernidade para produzir novos significados religiosos e, portanto, deve-se levar em conta as apropriações e ressignificações que os fiéis fazem a partir dos produtos que a mídia divulga.
Articulações para disseminação
Na parte final do encontro, os participantes discutiram formas de socializar os conteúdos das pesquisas e reflexões na interface mídia-religião-cultura.
O prof. Jorge Miklos compartilhou a organização do GT sobre comunicação e religião, liderado por ele e a profa. Malena Contrera (UNIP), no VII Congresso Internacional em Ciências da Religião ocorrido na PUC de Goiás em abril. Ele apresentou aos participantes o livro do evento “A religião entre o espetáculo e a intimidade”, organizado por Alberto da Silva Moreira, Carolina Teles Lemos e Eduardo Gusmão de Quadros, que reúne diversos artigos sobre a temática Mídia e Religião.
O MIRE estará presente com trabalhos nos GTs e na conferência central da IX Eclesiocom (Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial) que acontece em Universidade Estadual de Londrina, neste 21 de agosto (saiba mais aqui). E também com apresentações de comunicações no Congresso da Intercom, Unicentro, Foz do Iguaçu, 2 a 5 de setembro (mais aqui), quando se espera articular a criação de um GT sobre mídia e religião, processo liderado pelos pesquisadores José Guibson Dantas (Universidade Federal de Alagoas) e Karla Patriota, da Universidade Federal de Pernambuco.
O grupo também articulou participação no Congresso Metodista que acontece em 22 e 23 de outubro (saiba mais aqui) por meio de mesas multidisciplinares e trabalhos individuais.
MIRE ONLINE: Este encontro contou com uma novidade: a reunião foi transmitida via internet para aqueles que não puderam estar presentes, com possibilidades de interação. Se você, pesquisador de qualquer área, se interessa pela temática Mídia e Religião e deseja participar virtualmente de nossos encontros, entre em contato:
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Fotos: Patrícia Garcia Costa
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