segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Mídia, Religião e Mercado: um texto instigante

Bem-aventurad@ quem compra uma bíblia nova e a coisifica!

Por Nancy Cardoso Pereira



A SBB (sociedade bíblica do brasil) vende cerca de seis milhões de “Bíblias” por ano, ao preço médio de R$ 10... são produzidas 30 mil Bíblias por dia... A SBB lança 40 títulos inéditos por ano: a “Bíblia da Família”, a “Bíblia da Mulher” e a “Bíblia do Surfista”.

MAS ... de quantas Bíblias uma pessoa precisa? quem compra tanta bíblia? então é que a Bíblia virou objeto de consumo, mercadoria... O capitalismo "coisou" a bíblia. Assim "coisificada" a coisa ficou assim: (M de mercadoria.... D de dinheiro)

Marx na seção 2 do livro 1 do Kapital já antecipava a bíblia nas trocas ordinárias entre isso e aquilo!!

M — D. Primeira metamorfose da mercadoria ou venda. O salto do valor da mercadoria do corpo da mercadoria para o corpo do ouro é, como o digo noutro local, o "salto mortale" da mercadoria.

Marx vai explicar esta primeira metamorfose falando de um tecelão que troca seu linho por dinheiro (2 lb) e por este valor compra uma Bíblia (2lb)... Mas o vendedor da Bíblia converte as 2 lib. esterl. entregues pelo tecelão em aguardente (tecido de linho — dinheiro — Bíblia), é simultaneamente (Bíblia — dinheiro — aguardente). A metamorfose total de uma mercadoria, na sua forma mais simples, supõe quatro extremos e três personae dramatis... O tecelão só pode vender tecido de linho porque o camponês já vendeu trigo, o outro só pode vender a Bíblia porque o tecelão já vendeu o tecido de linho, o destilador só pode vender a aguardente porque o outro já vendeu a água da vida eterna, etc.

P. ex., na metamorfose total do tecido de linho:tecido de linho — dinheiro — Bíblia, primeiro sai da circulação o tecido de linho, o dinheiro entra para o seu lugar, depois sai da circulação a Bíblia, o dinheiro entra para o seu lugar. A substituição de mercadoria por mercadoria deixa simultaneamente a mercadoria-dinheiro numa terceira mão. A circulação produz constantemente dinheiro.

E assim enxugando a prosa... passa bíblia pra lá! corre dinheiro pra cá! entre isso e aquilo "a coisa" desaparece nas trocas e fica... o dinheiro!

Muito bem! Muito bem! o mercado de bens religiosos NÃO é de modo algum uma forma de evangelização, de missão e outra qualquer bobice pra enganar @s trouxas. É mesmo um modo de lavagem de dinheiro... isto é, de legitimar a fazeção de lucro do sacronegócio.

A religião é hoje uma das formas mais apuradas de lavagem de dinheiro... é corrupção sofisticada: os objetos das transações "espirituais" escondem as transações de valor e a circulação de dinheiro fazendo dinheiro.

É a transubstanciação dos objetos de fé em objetos de lucro... diante dos nossos olhos as igrejas (todas! porque todas operam dentro do sistema!) dominicalmente substituem os modos de fé e suas coisas em mercadoria... e simultaneamente em dinheiro.

Acontece assim com a bíblia, acontece assim com o que chamam de "louvor" e suas bandas, cds e shows, acontece assim com a imobiliária dos templos, as agências de turismo de arqueologia disneylândia, as camisetas e apetrechos.

Marx de novo:

O dinheiro afasta constantemente as mercadorias da esfera da circulação, na medida em que entra constantemente para o lugar de circulação delas, afastando-se desse modo do seu próprio ponto de partida. Assim, embora o movimento de dinheiro seja apenas expressão da circulação de mercadorias, a circulação de mercadorias aparece, inversamente, apenas como resultado do movimento de dinheiro.

Não é à toa que Marx usa o exemplo da Bíblia entre tantos outros objetos possíveis. O capitalismo exige o controle de mecanismos rituais de produção de valor que escapam da razão ... e que vão ser operados pela fé: do mercado, no mercado. O lucro: amém! Nada mais metafísico do que os processos de produção do preço, os processos de definição de valor. Têm e não têm referente no mundo das trocas... fica sempre um que de transcedência na operação final

O papel-moeda é signo de ouro ou signo de dinheiro. A sua relação com os valores das mercadorias consiste apenas em que estes estão idealmente expressos nos mesmos quanta de ouro que são manifestados simbólica e sensivelmente por papel. Só na medida em que o papel-moeda representa quanta de ouro, que, como todos os outros quanta de mercadorias, são também quanta de valor, é que ele é signo de valor.

Sim sim! não estamos mais nos tempos do padrão-ouro... o dólar é agora o padrão... ou suas flutuações no mercado das commodities. Pois saímos do antigo para o novo testamento. ( http://cosif.com.br/publica.asp?arquivo=20130206dolar-ouro)

Marx coloca a bíblia na ciranda das mercadorias porque é exatamente aí que - nas condições e contradições do capitalismo - que as coisas da religião circulam: mercadoria.

Colocar a bíbla na cesta básica seria uma saída honrosa! "Minha bíblia, minha vida" seria um programa decente! e, de todos os modos, o "bolsa bíblia" já existe de um modo ou de outro... a isenção de impostos das igrejas nada mais é! O cristianismo biblicista está sequestrado pelo mercado. A bíblia nunca foi tão importante... e não tem importância nenhuma. Citada! Cantada! Grafitada! Gritada! Imposta! Em-praçada! Em-capada! Em-toada!

Não vale nada... porque saiu do circuito da necessidade para entrar - gloriosa - no valor de troca!

Resiste ainda na leitura vivida e underground, rés-do-chão da resistência da vida do povo: rap, reza, festa e poesia atirada na cara dos opressores.

Fora isso... se você quer um lâmina afiada, de dois gumes que penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração (hebreus 4, 12)... é melhor comprar uma gilete!


Nancy Cardoso Pereira é pastora metodista, graduada em Teologia e Filosofia, mestra e doutora em Ciências da Religião, com pós-doutorado em História Antiga. É membro do conselho editorial da Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana (RIBLA) e agente da Comissão Pastoral da Terra. É mãe de Clarissa e Daniel. 

Reunião do MIRE discute iconografia de protestantes iconoclastas no Brasil; processos comunicacionais alternativos em expressões de religiosidade popular; telerreeligiões no telespaço público


 A reunião do Grupo de Pesquisa MIRE em setembro de 2015 aconteceu no dia 22 e foi oportunidade de discussão de três projetos de pesquisa vinculados ao grupo:

"Uma iconologia de iconoclastas: Modernidade, História e Cultura no contexto de imagens protestantes no Brasil (1864-1970)" - projeto de Pós-Doutorado que será iniciado pela colega Dra. Priscila Vieira, atualmente residente na Inglaterra, que teve a chance de estar presente na reunião. A pesquisa representará o aprofundamento de aspectos desenvolvidos na tese de doutorado que Priscila Vieira defendeu na Escola de Comunicação da UFRJ em 2014 intitulada "Comunicação, Modernidade, Religião: relações culturais na história e produção do Centro Áudio Visual Evangélico – CAVE (1951-1971)". Clique aqui para ver a apresentação do projeto. 

"As telerreligiões no telespaço público: o Programa Vitória em Cristo e a estratégia de mesclar evangelização e pregação política" - Dissertação de Mestrado de Larissa Preuss, que será defendida na ECA/USP em 29 de setembro.




"O lugar da comunicação na construção do imaginário das culturas caiçaras e quilombolas em Cananéia-SP: hibridismo, identidade e religiosidade" - projeto de qualificação de doutorado de Renata Cardias, que será defendido no Poscom/Metodista, em outubro. Clique aqui para ver a apresentação do projeto.



Pelos temas é possível reconhecer a riqueza da discussão e da qualidade das pesquisas e as possibilidades que a interface midia-religião-política oferece.

As próximas reuniões em 2015 acontecerão em: 20 de outubro, terça; 24 de novembro, terça; sempre das 14 às 17h, com participação possível pelo Skype (grupomire) para quem não pode estar presente fisicamente.


Fotos: Patrícia Machado

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Próxima reunião do MIRE: 22 de setembro de 2015

A próxima reunião do MIRE acontece em 22 de setembro, terça-feira, das 14 às 17h, na sala 316 do Ed. Capa (Metodista, Campus Rudge Ramos).

Nessa reunião teremos a seguinte agenda:
14h - Partilha do projeto de Pós-Doutorado que será iniciado pela colega Dra. Priscila Vieira, atualmente residente na Inglaterra.
15h - Apresentação da Dissertação de Mestrado de Larissa Preuss, que será defendida na ECA/USP em 29 de setembro, sob o título "As telerreligiões no telespaço público: o Programa Vitória em Cristo e a estratégia de mesclar evangelização e pregação política".

15h50 - Intervalo
16h10 - Banca simulada de qualificação de doutorado de Renata Cardias, com o projeto intitulado "O lugar da comunicação na construção do imaginário das culturas caiçaras e quilombolas em Cananéia-SP: hibridismo, identidade e religiosidade".
17h - Encerramento
Temos mantido o processo de participação a distância pelo Skype, para quem não pode se beneficiar do rico momento presencial. O acesso pode ser feito pelo nome Skype grupomire. 
 As próximas reuniões do MIRE em 2015 acontecerão em:
- 20 de outubro
- 17 de novembro

MIRE nos eventos acadêmicos

Além de ter participado "em peso" na X Eclesiocom (veja aqui), o MIRE também esteve representado no congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), a ser realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de 5 a 7 de setembro, com dois trabalhos: (1) GP Teorias da Comunicação: Magali do Nascimento Cunha. Caso Marco Feliciano: como paradigma para os estudos em mídia, religião e política no Brasil (acesse o trabalho aqui); (2) GP Folkcomunicação: Renata Castro Cardias Kawaguchi. Imaginário, religiosidade popular e folkcomunicação: um olhar para as expressões culturais das comunidades quilombolas no Vale do Ribeira (acesse o trabalho aqui).

O 2º Simpósio Nordeste da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) também terá participação do MIRE. O evento acontece de 15 a 17 de setembro, na Universidade Federal de Pernambuco (Recife) e contará com a participação da Profa. Magali Cunha como conferencista da abertura com o tema: "Gênero, religião e cultura: um olhar sobre a investida neoconservadora dos evangélicos nas mídias no Brasil". A integrante do MIRE Jenifer Rosa atuará como comentarista do Mini-Curso 09 "Mídia, religião e sociedade: estudos e perspectivas".

Já o 2º Simpósio Sudeste da ABHR, acontece de 25 a 27 de novembro, na PUC-SP, e tem inscrições abertas até 20 de agosto para apresentação de trabalhos. O MIRE está presente na Mesa 6: Religião, Comunicação e Mídia, com os profs. Magali Cunha e Jorge Miklos. No GT Marketing, espetáculo e ciberespaço: entre diversidades e (in)tolerâncias, que terá a profa. Magali Cunha como comentarista, o integrante Leandro Ortunes inscreveu trabalho. Ainda é possível que o MIRE tenha mais participações.

A Semana de Estudos da Religião, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, na Universidade Metodista de São Paulo (São Bernardo do Campo), acontece de 6 a 8 de outubro, com o tema "Cultura Material, Visual e os Estudos de Religião". O vice-coordenador do MIRE Prof. Jorge Miklos participará da mesa de abertura em 6 de outubro, às 9h30, intitulada " A importância da Cultura Visual para os estudos de religião". A integrante do MIRE Profa. Karina Bellotti (UFPR) participará da mesa temática "Mídia e Religião: Perspectivas Contemporâneas", em 8 de outubro pela manhã, que será moderada pela coordenadora do MIRE Profa. Magali Cunha. Inscrições para trabalhos estarão abertas até 30 de setembro. Há vários grupos com temáticas relacionadas a comunicação e cultura. Integrantes do MIRE estão sendo estimuladas/as a participar.


O Seminário Nacional do Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião (NUPPER), da Universidade Federal do Paraná (Curitiba), a que está ligada a integrante do MIRE Profa. Karina Belotti, acontece em 6 e 7 de novembro. As inscrições para trabalhos estão abertas até 14 de setembro. No GT Religião e Comunicação, o integrante do MIRE Leandro Ortunes tem trabalho inscrito.

O Congresso Metodista de Produção Científica acontece em 11 e 12 de novembro, na Universidade Metodista de São Paulo (São Bernardo do Campo). O MIRE participará com duas mesas temáticas.

MIRE esteve "em peso" na X Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (Eclesiocom)

Por Ricardo Alvarenga, Mestrando Poscom Metodista, integrante do MIRE

Foto: Nathalia Cunha
Pesquisadores de 23 instituições de ensino e pesquisa de sete estados do Brasil reuniram-se na décima edição da Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (Eclesiocom), que aconteceu na última quinta-feira, dia 27 de agosto, na Universidade Paulista (UNIP) - Campus Indianópolis. O evento é promovido anualmente pela Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo.

O MIRE esteve presente "em peso" de várias formas: com a apresentação de 16 trabalhos nos diferentes Grupos Temáticos, além de ter integrantes na coordenação de Grupos Temáticos mais a sua coordenadora Profa. Magali Cunha como coordenadora geral do evento, e o seu vice-coordenador, prof. Jorge Miklos, como coordenador local (UNIP). Clique aqui para ver em destaque na programação a participação do MIRE.

Temática

Direcionados pela temática central “Comunicação, Religião e Cidades”, os professores Edin Abumansur Sued, Luis Mauro de Sá Martino e Maurício Ribeiro da Silva ministraram, no período da manhã, três conferências. Na primeira, o professor Edin Sued Abumansur, doutor em Ciências Sociais e professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, provocou uma reflexão sobre as diversas definições de religião, a partir de uma visão sociológica, destacando a diferença entre a religião nas sociedades arcaicas e modernas.

Luis Mauro de Sá Martino, doutor em Ciências Sociais e professor do Programa de Mestrado em Comunicação e do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, ministrou a segunda conferência do dia. Em sua fala, abordou questões sobre a midiatização e o pluralismo religioso na cidade. Para ele, a mídia potencializa a alteridade da religiosidade e a midiatização amplifica a presença da religião na sociedade.

A última conferência foi proferida por Maurício Ribeiro da Silva, doutor em Comunicação e Semiótica, arquiteto, urbanista, professor e coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Midiática da Universidade Paulista. Ele frisou que a cidade é um produto da história e um espaço onde se relacionam os elementos do imaginário, inclusive no campo religioso.

Para a professora Magali Cunha, a importância de discutir essa temática se dá devido às recentes manifestações religiosas que são fundamentalmente urbanas. Um exemplo disso é a arquitetura religiosa dos grandes templos que fazem parte da dinâmica das cidades, interferindo no processo comunicacional – não apenas midiático ou interpessoal, mas no visual. O professor Jorge Miklos complementou a fala da professora citando outros exemplos, como a convivência da paisagem urbana das megacidades com Marchas e Jornadas, “erodindo a fronteira entre o sagrado e o profano”.

Após as conferências, os mais de 60 participantes retomaram as atividades no período da tarde com a realização dos Grupos de Trabalho (GT). Neste ano, o evento contou com 53 trabalhos aprovados. Foram organizados dez GTs, sendo eles: Religião, cidade e espaço público midiatizado; Mídia e autoridades religiosas; Religião e Ciberespaço; Corpo, Gênero e Imaginário Midiático; Cristianismo Midiático I; Cristianismo Midiático II; Mídia e Diversidades Religiosas; Mídia, Religião e Política; Rito, consumo e espetáculo em tempos de midiatização; e Processos comunicacionais e religião.

Os anais com todos os trabalhos aprovados e apresentados na Eclesicom 2015 estão disponíveis para consulta no link: www.metodista.br/eclesiocom/2015/anais.

Parcerias

A edição 2015 da Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (Eclesiocom) aconteceu graças à parceria celebrada entre a Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação, a Universidade Paulista e Universidade Metodista de São Paulo. Segundo o prof. Jorge Miklos, da Universidade Paulista, que foi o coordenador local do evento, a realização do Eclesiocom também foi uma oportunidade de consolidação das parcerias entre os Grupos de Pesquisa das duas universidades, além de dar maior visibilidade ao campo de pesquisa em Mídia e Religião, em franca expansão nas pesquisas em comunicação.

Segundo a coordenadora geral da Eclesiocom, professora Magali Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo, a qualidade da edição 2015 da conferência é resultado de crescimento gradativo desse campo de pesquisa. “Não é mais possível estudar comunicação no Brasil sem levar em conta o lugar da religião bem como não é mais possível estudar religião sem levar em conta os processos comunicacionais que com ela interagem. A Eclesiocom se firma, portanto, como esse espaço interdisciplinar, plural, em que a interface comunicação-mídia-religião é objeto privilegiado”, afirmou.

A edição 2016 da Eclesiocom deve acontecer no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), localizado na cidade Engenheiro Coelho, localizada nas proximidades da cidade de São Paulo.

Confira algumas fotos do evento

Revista Estudos de Religião lança número que relaciona Semiótica da Cultura e Ciências da Religião

A revista Estudos de Religião do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo lançou recente edição intitulada Semiótica da Cultura e as Ciências da Religião, composta por artigos de pesquisadores da área das Ciências da Linguagem e das Ciências da Religião que discutem, a partir de diferentes perspectivas e especialidades, as possibilidades de análise de textos religiosos tendo como ponto de partida a abordagem teórica da escola Tártu-Moscou de Semiótica e de seu fundador e expoente, Iuri Lotman. Confira aqui o volume na íntegra.