Por Vittória Cataldo
Quinta-feira, 19 de outubro, a Cátedra Unesco/Metodista promoveu o Workshop UNESCOM “Mulheres no audiovisual”, ministrado pelas integrantes do Grupo MIRE Patrícia Garcia, doutoranda e mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), e Patrícia Machado, doutoranda e mestre em Comunicação Social também pela UMESP.
O evento teve por objetivo discutir a relação e o papel da mulher no audiovisual, desde o cinema às mídias sociais.
Patrícia Machado focou sua apresentação no papel da mulher no cinema. Ela fez um apanhado histórico do cinema, que surgiu no final do século XIX misturando racionalismo/cientificidade com a resistência do imaginário. De acordo com Machado, tudo começou com Thomas Jeferson, nos EUA, com a criação do cinescópio e a invenção do primeiro estúdio da época, Black Maria Studios, onde faziam experimentos e a movimentação de imagens. Logos depois vieram os irmãos industriais Lumiére, em 1895, trazendo o primeiro registro fílmico “Saída dos operários”.
A tecnologia desenvolvida pela cientificidade empírica na época trouxe à luz um sonho mítico que acompanhou o ser humano por muito tempo: a movimentação das imagens. Machado explica que a ciência e a imaginação escaparam do debate religioso e foram desprezadas pelos artistas intelectuais, porém, conquistaram o público no ato de contar histórias.
A primeira mulher no cinema foi Alice Guy Baché, conhecida como a verdadeira mãe do cinema, com o The Cabagge fairy de 1896. As novas divindades passaram a ser chamadas de estrelas. No entanto, foram minuciosamente pensadas e construídas pela indústria e divulgadas universalmente pela imprensa de massa. Atores e atrizes tornaram-se referência para o público, misturando mais uma vez o real e o imaginário.
Machado ressaltou que na época várias atrizes foram exploradas. Chamadas “estrelas trágicas”, muitas viveram em condições de miséria e chegaram a cometer suicídio, mesmo trabalhando no cinema e sendo reconhecidas pelo público.
Ela esclareceu também que no início o cinema transmitia a imagem da mulher misteriosa, mas com o passar do tempo o foco foi alterado é as atrizes passaram a ser vistas como sensuais. “Em um mundo governado por um desequilíbrio sexual, o olhar masculino determinante projetou sua fantasia na figura feminina e as mulheres começaram a ser olhadas e exibidas”, destacou Machado.
Já Patrícia Garcia falou sobre as influenciadoras digitais evangélicas no Youtube. Mas antes de abordar o assunto, trouxe dados sobre a população feminina, que chega a 51,4% no país. Segundo ela, no trabalho formal, as mulheres ocupam 40,8% das vagas e possuem salários menores do que os dos homens em todos os cargos, até mesmo no setor audiovisual, onde representam uma porcentagem de 40%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Catho.
Garcia disse que as Influenciadoras Digitais têm mais aceitabilidade do público em campanhas publicitárias, principalmente na categoria de entretenimento. De acordo com ela, as youtubers se expandiram para outras áreas, como a literatura, o cinema e o teatro.
Concluindo o evento, Patrícia Garcia apresentou uma série de vídeos produzidos pelas principais youtubers brasileiras e abriu um debate sobre o tema para todos os participantes.
Fonte: Portal Metodista
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