Islam e Mídia é o tema do workshop promovido pela Cátedra UNESCO de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo realiza, em 23 de novembro, oferecido pelo atual porta-voz da Comunidade Islâmica Brasileira, o pesquisador do MIRE e mestrando da Metodista Sheikh Jihad Hammadeh. Sheikh Jihad Hammadeh estudou Teologia e Jurisprudência Islâmicas pela Madina Islamic University (Arábia Saudita). Os temas debatidos foram a apresentação histórica do Islam, suas bases teóricas e práticas e as formas que a comunidade islâmica tem encontrado de enfrentar a representação negativa deste grupo religioso pelas mídias.
Promove o intercâmbio e a socialização de pesquisas sobre a presença da religião e do "religioso" nos diferentes processos comunicacionais.Explora e discute teorias e de metodologias, em perspectiva transdisciplinar e tem como atividade permanente o Grupo de Estudos Mídia, Religião e Cultura (MIRE). Aberto à participação.
terça-feira, 28 de novembro de 2017
MIRE promove com Grupo Teologia no Plural Colóquio Mídia, Religião e Gênero e fecha 2017 com tema instigante
Como as expressões de gênero são compreendidas e comunicadas pelas religiões? Essa provocação guiou as discussões do Colóquio Mídia, Religião e Gênero, realizado na última terça-feira (21 de novembro) com promoção do Grupo MIRE em parceria com o Grupo de Pesquisa Teologia no Plural do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo. Pastores de uma igreja inclusiva, um líder religioso do Candomblé e um ex-evangélico falaram sobre suas experiências de vida, vivências religiosas, discriminação e a importância do diálogo e da inclusão, no evento que foi organizado pelo pesquisador do MIRE Prof. Dr. Marcos Corrêa Kiambu.
O reverendo Cristiano Valério, da Igreja da Comunidade Metropolitana – ICM São Paulo, apresentou a história da ICM que acolhe a comunidade LGBT desde 1968, quando foi fundada nos Estados Unidos pelo reverendo Troy Perry. “Somos apenas uma página na história da Igreja, mas temos uma missão ousada com consequências para a Igreja toda. Agora, vemos comunidades mais tradicionais que abrem espaço à escuta afirmativa”, diz.
Para a pastora Alexya Salvador, ser recebida pela ICM representou a oportunidade de se tornar uma mulher plena e feliz. “Ser pastora trans no Brasil não é para qualquer pessoa e eu colho resultados disso. Percebo que a nossa mídia ainda é proeminentemente feita e conduzida por homens e percebemos o machismo que detém o poder e conduz tudo”, comenta a respeito da representação da comunidade LGBT nos veículos de comunicação.
Apesar da representatividade tão escassa, a pastora ressalta que as redes sociais vêm ajudando o desenvolvimento de um diálogo mais direto com as pessoas e maior divulgação dos grupos marginalizados pela sociedade. “Jamais poderia imaginar que eu, como mulher trans, estaria dentro de uma Universidade Metodista. Eu sei que isso é resultado das mídias”.
Espaços de convivência nas redes
Nas redes sociais, também, Samuel Gomes encontrou uma forma de se conhecer melhor e de contar suas histórias. Criado em uma família extremamente religiosa, o jovem encontrava dificuldade em lidar com sua homossexualidade. Hoje, faz questão de se apresentar como “preto, pobre, ex-evangélico, periférico e gay”, adjetivos que causaram sofrimento durante muitos anos em sua vida, mas que hoje permitem a identificação junto a outras pessoas na rede e em seu canal do Youtube “Guardei no Armário”, que também foi o título de seu livro, resultado de tantos textos escritos em seu blog, com histórias de descoberta e vivências fora do espectro da Igreja, em que sua família estava tão concentrada.
“Eu tinha medo de meus familiares não saberem lidar com minha sexualidade. Tive um período de sofrimento e solidão. Eram muitos medos, muitas dúvidas: eu vou para o inferno? Vou decepcionar meus pais? Será que sou errado?”, essas dúvidas somente foram respondidas quando o jovem encontrou outras pessoas que compreendiam o que ele vivenciava e o aceitavam da maneira que era. Assim, passou por um processo de autoaceitação: “depois de todas essas discussões que acompanhamos, a conclusão que podemos chegar é de que existe apenas uma doença – a LGBTfobia”.
E é contra a discriminação que as religiões de matriz africana lutam, ainda hoje, no Brasil. Rodney William, antropólogo, escritor e babalorixá, enfatiza que o Candomblé é uma religião de resistência. Em contraponto à visão preconceituosa que a maioria das pessoas tem em relação ao Candomblé, William chama a atenção ao aspecto acolhedor e aberto da religião: “antes que tudo isso [direitos da comunidade LGBT] fosse colocado em discussão, o Candomblé já fazia esse acolhimento, já acolhia essas pessoas que não eram aceitas em outros espaços”, declara.
Rodney William escreve uma coluna no site da revista Carta Capital e recebe uma grande de quantidade de comentários preconceituosos, que revela não ler. Em meio a tanta discriminação vivenciada nos dias de hoje, o pesquisador diz se ater à esperança de uma sociedade mais tolerante. “Me apoio na esperança de que possamos viver em mundo em que não haja essa divisão. Sei o quão difícil é lutar para existir”, comenta a respeito da luta da comunidade LGBT, em paralelo à luta dos negros no Brasil.
Pesquisadoras do MIRE oferecem workshop relacionado às pesquisas que realizam no desenvolvimento do doutoradoo
Por Vittória Cataldo
Quinta-feira, 19 de outubro, a Cátedra Unesco/Metodista promoveu o Workshop UNESCOM “Mulheres no audiovisual”, ministrado pelas integrantes do Grupo MIRE Patrícia Garcia, doutoranda e mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), e Patrícia Machado, doutoranda e mestre em Comunicação Social também pela UMESP.
O evento teve por objetivo discutir a relação e o papel da mulher no audiovisual, desde o cinema às mídias sociais.
Patrícia Machado focou sua apresentação no papel da mulher no cinema. Ela fez um apanhado histórico do cinema, que surgiu no final do século XIX misturando racionalismo/cientificidade com a resistência do imaginário. De acordo com Machado, tudo começou com Thomas Jeferson, nos EUA, com a criação do cinescópio e a invenção do primeiro estúdio da época, Black Maria Studios, onde faziam experimentos e a movimentação de imagens. Logos depois vieram os irmãos industriais Lumiére, em 1895, trazendo o primeiro registro fílmico “Saída dos operários”.
A tecnologia desenvolvida pela cientificidade empírica na época trouxe à luz um sonho mítico que acompanhou o ser humano por muito tempo: a movimentação das imagens. Machado explica que a ciência e a imaginação escaparam do debate religioso e foram desprezadas pelos artistas intelectuais, porém, conquistaram o público no ato de contar histórias.
A primeira mulher no cinema foi Alice Guy Baché, conhecida como a verdadeira mãe do cinema, com o The Cabagge fairy de 1896. As novas divindades passaram a ser chamadas de estrelas. No entanto, foram minuciosamente pensadas e construídas pela indústria e divulgadas universalmente pela imprensa de massa. Atores e atrizes tornaram-se referência para o público, misturando mais uma vez o real e o imaginário.
Machado ressaltou que na época várias atrizes foram exploradas. Chamadas “estrelas trágicas”, muitas viveram em condições de miséria e chegaram a cometer suicídio, mesmo trabalhando no cinema e sendo reconhecidas pelo público.
Ela esclareceu também que no início o cinema transmitia a imagem da mulher misteriosa, mas com o passar do tempo o foco foi alterado é as atrizes passaram a ser vistas como sensuais. “Em um mundo governado por um desequilíbrio sexual, o olhar masculino determinante projetou sua fantasia na figura feminina e as mulheres começaram a ser olhadas e exibidas”, destacou Machado.
Já Patrícia Garcia falou sobre as influenciadoras digitais evangélicas no Youtube. Mas antes de abordar o assunto, trouxe dados sobre a população feminina, que chega a 51,4% no país. Segundo ela, no trabalho formal, as mulheres ocupam 40,8% das vagas e possuem salários menores do que os dos homens em todos os cargos, até mesmo no setor audiovisual, onde representam uma porcentagem de 40%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Catho.
Garcia disse que as Influenciadoras Digitais têm mais aceitabilidade do público em campanhas publicitárias, principalmente na categoria de entretenimento. De acordo com ela, as youtubers se expandiram para outras áreas, como a literatura, o cinema e o teatro.
Concluindo o evento, Patrícia Garcia apresentou uma série de vídeos produzidos pelas principais youtubers brasileiras e abriu um debate sobre o tema para todos os participantes.
Fonte: Portal Metodista
MIRE reflete sobre imagens de devoção na religiosidade latino-americana
A reunião de outubro de 2017 do MIRE contou a participação especial do Prof. Dr. João Rangel Marcelo (na segunda fila da foto, à esq.), da UNITAU, que apresentou suas pesquisas em torno das imagens na religiosidade popular latino-americana. Fotógrafo e professor de fotografia Rangel trouxe ao grupo o desafio de trabalhar com imagens da religiosidade sob o viés do popular.
O consumo dos produtos da fé e a religião nas redes digitais são temas de apresentações em reunião do MIRE
O grupo MIRE esteve reunido em 19 de setembro para interagir com duas apresentações de temas instigantes para os estudos em Mídia, Religião e Cultura. A primeira foi introduzida pelo Prof. Dr. Kleber Carrilho, atual diretor da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Metodista: "Deus: sucesso ou salvação? O consumo dos produtos da fé" (foto 1). Na segunda, o grupo ouviu a apresentação on-line do Dr. Moisés Sbardelotto (foto 2), que apresentou o livro recém-lançado, resultado de sua tese de doutoramento pela Unisinos, em 2016: "E o Verbo se fez rede – Religiosidades em reconstrução no ambiente digital”.
Na manhã desse dia, a integrante do Grupo Renata Cardias defendeu a tese de doutorado “A FESTA DE SANTO ANTÔNIO NO QUILOMBO DO MANDIRA: comunicação, imaginário e identidade". Parabéns, Renata (com bolo celebrativo na foto).
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